Band afasta repórter que empurrou jornalista da Record ao vivo

Band afasta repórter que empurrou jornalista da Record ao vivo

Quando Lucas Martins, repórter da Band, empurrou a jornalista da Record TV ao vivo, o país parou para assistir ao vivo a uma disputa que acabou virando discussão nacional. O incidente aconteceu em Alumínio, interior de São Paulo, no dia , durante a cobertura do desaparecimento das adolescentes Layla, 16, e Sofia, 13. Em menos de duas horas, a Band afastou Martins das coberturas externas, gerando um debate intenso sobre o respeito nas redações e a rivalidade entre as emissoras.

Contexto da cobertura e da rivalidade

A cidade de Alumínio tem cerca de 20 mil habitantes e já foi cenário de tragédias como o incêndio na fábrica de minério que matou oito pessoas em 2019. Essa história de violência se somou à pressão por respostas no caso das duas meninas desaparecidas, que mobilizou famílias, autoridades e, claro, a imprensa. A Band enviou seu programa Brasil Urgente Alumínio, apresentado por Joel Datena. Do outro lado, a Record TV enviou Grace Abdou para o programa Cidade Alerta. Desde a década de 1990, Band e Record concorram intensamente por audiência nas regiões interioranas, e esse embate acabou drenando energia das duas equipes.

O episódio ao vivo

Enquanto Grace Abdou entrevistava a mãe das adolescentes, Lucas Martins se aproximou, começou a fazer perguntas aos mesmos familiares e, ao sentir que a presença dela atrapalhava, disse em tom agressivo: "Dá licença, Grace! Tá louca?" Em seguida, empurrou a jornalista para o lado, tudo capturado pelos microfones do Brasil Urgente. A própria Abdou reagiu imediatamente: "Você tá ao vivo? Por que você me empurrou?" A troca de farpas foi transmitida sem cortes, provando que não havia edição de nenhum tipo. O vídeo rapidamente viralizou nas redes sociais, alcançando milhões de visualizações em menos de duas horas.

Reações das emissoras e medidas disciplinares

A Band não demorou: em comunicado oficial, afirmou que afastaria Lucas Martins das reportagens externas e o realocaria para funções internas da redação. O afastamento foi descrito como "provisório" para evitar nova exposição negativa e possíveis retaliações. A emissora também registrou um boletim de ocorrência e divulgou nota enfatizando seu compromisso com o "respeito mútuo entre os profissionais da imprensa" e, especificamente, com as mulheres. Já a Record TV emitiu comunicado defendendo sua jornalista e cobrando providências mais enérgicas, lembrando que o jornalismo deve ser um espaço de colaboração, não de agressão. Ambos os canais destacaram que o caso será investigado internamente e que o comportamento de Lucas Martins não representa seus valores institucionais.

Impacto na sociedade e no debate ético

Especialistas em mídia apontam que o incidente traz à tona questões ainda pouco discutidas no Brasil: a violência simbólica contra mulheres jornalistas e a "guerra de cliques" que leva profissionais a invadir o espaço de colegas. A professora de Comunicação da USP, Mariana Gomes, comentou que "o fato de o agressor estar ao vivo e ainda assim não ter sido impedido na hora aponta falhas estruturais nas redações". Além disso, a viralização do vídeo gerou milhares de comentários nas plataformas digitais, com hashtags como #RespeitoJá e #BandVsRecord. Muitos internautas pediram que as emissoras adotem códigos de conduta mais rígidos e que haja punições claras para quem desrespeita colegas.

Próximos passos e possíveis desdobramentos

Próximos passos e possíveis desdobramentos

Até o momento, a Band não definiu uma data concreta para o retorno de Lucas Martins às coberturas externas, embora tenha sugerido que ele poderia voltar até o fim da semana. Enquanto isso, a Redação do Cidade Alerta informou que continuará a cobrir o caso das adolescentes e que a presença de Grace Abdou permanecerá garantida. O incidente também deve influenciar futuras discussões no Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conarp) e na Associação Brasileira de Jornalismo (ABJ), que já anunciaram sessões de debate sobre ética e segurança das mulheres na mídia.

Fatos rápidos

  • Data do incidente: 01/07/2025, ao vivo durante o Brasil Urgente.
  • Local: Alumínio, SP.
  • Envolvidos principais: Lucas Martins (Band) e Grace Abdou (Record TV).
  • Afastamento de Lucas Martins das coberturas externas – medida provisória.
  • Reação nas redes: mais de 5 milhões de visualizações em 2 horas; hashtags #RespeitoJá, #BandVsRecord.

Perguntas Frequentes

Qual foi a reação da Band ao incidente?

A emissora afastou o repórter Lucas Martins das coberturas externas, realocando‑o para funções internas, registrou boletim de ocorrência e divulgou nota reforçando seu compromisso com o respeito às mulheres.

O que a Record TV fez em resposta?

A Record emitiu comunicado defendendo Grace Abdou, denunciando o ato e solicitando que sejam adotadas medidas disciplinares mais rígidas contra agressões entre jornalistas.

Como o caso impactou a discussão sobre violência contra mulheres na imprensa?

O vídeo ao vivo gerou amplo debate nas redes sociais e entre especialistas, que passaram a cobrar códigos de conduta mais claros nas redações e maior proteção às mulheres jornalistas, destacando uma cultura ainda permissiva com agressões simbólicas.

Quando Lucas Martins poderá voltar às coberturas externas?

A Band ainda não definiu data exata; a emissora sugeriu que o retorno poderia acontecer até o fim da semana, porém a decisão dependerá da conclusão das investigações internas.

Qual a importância do caso para a rivalidade entre Band e Record?

O episódio expôs a competitividade acirrada entre as duas emissoras nas regiões interioranas, mostrando que a busca por exclusividade pode gerar conflitos físicos e que ambas precisam rever estratégias para evitar agressões no campo jornalístico.

4 Comments

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    Lilian Noda

    outubro 6, 2025 AT 02:34

    Não dá pra aceitar esse comportamento de jeito nenhum.

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    Ana Paula Choptian Gomes

    outubro 17, 2025 AT 14:34

    É misterioso observar, com profundo pesar, que episódios como o ocorrido entre a Band e a Record revelam fissuras estruturais nas redações; a competição exacerbada, por vezes, transborda para confrontos agressivos, os quais são inaceitáveis em um ambiente profissional; cumpre, portanto, que as instituições envolvidas adotem medidas corretivas rigorosas, reforçando códigos de ética, promovendo treinamentos de convivência, e assegurando que a integridade física e psicológica de todas as profissionais seja preservada, sob pena de perpetuar uma cultura de hostilidade.

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    Carolina Carvalho

    outubro 29, 2025 AT 02:34

    O caso de Lucas Martins empurrando a colega Grace Abdou durante a transmissão ao vivo gerou repercussão imediata nas redes sociais.
    A imagem, sem cortes, mostrou a agressividade de um repórter que perdeu a compostura em nome da competitividade.
    Muitos internautas denunciaram o gesto como uma forma de violência simbólica contra mulheres jornalistas.
    Especialistas apontam que esse tipo de comportamento reflete uma cultura ainda permissiva dentro das redações.
    A Band, ao afastar temporariamente o repórter, buscou conter os danos à sua reputação institucional.
    No entanto, a medida ainda é considerada provisória, o que levanta dúvidas sobre a efetividade da punição.
    A Record, por sua vez, intensificou a defesa de sua jornalista, exigindo respostas mais enérgicas.
    A rivalidade histórica entre as duas emissoras parece ter alimentado tensões que agora transbordaram em agressão física.
    O episódio também reacendeu o debate sobre a necessidade de códigos de conduta mais claros nas redações.
    Nas universidades, professores de comunicação têm incluído o caso em suas aulas, como exemplo de falta de ética.
    Algumas organizações de imprensa já anunciaram sessões de debate sobre segurança das mulheres nos ambientes de trabalho.
    Enquanto isso, famílias das adolescentes desaparecidas continuam a buscar respostas, sentindo-se ainda mais frustradas.
    O público, ao assistir ao vivo, foi confrontado com uma cena que deveria ser exclusiva à cobertura jornalística.
    A viralização do vídeo, que já ultrapassou milhões de visualizações, demonstra o poder das redes para amplificar esses episódios.
    Espera‑se que a investigação interna resulte em políticas mais rígidas, evitando que incidentes semelhantes se repitam.

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    Joseph Deed

    novembro 9, 2025 AT 14:34

    É triste ver que, mesmo em cobertura sensível, a competição pode virar agressão. Ainda assim, parece que nada vai mudar de verdade.

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