Brasil encerra 2025 com amistoso contra Tunísia em Lille e testa elenco para a Copa do Mundo
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nov, 18 2025
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O Brasil encerra seu calendário de 2025 com um amistoso contra a Tunísia nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025, às 16h30 (horário de Brasília), no Decathlon Stadium, em Lille, norte da França. O jogo, confirmado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em 17 de novembro, marca o último compromisso da seleção antes da retomada das atividades em março de 2026 — quando o técnico Carlo Ancelotti, de 65 anos, promete convocar praticamente o elenco definitivo para a Copa do Mundo de 2026. A partida acontece em um estádio com capacidade para 50.186 pessoas, lar do Lille OSC, e será o segundo confronto da seleção na Europa neste mês, após a vitória por 2 a 0 sobre o Senegal, no Emirates Stadium, em Londres, no sábado passado.
Alterações na escalação por lesão de Gabriel Magalhães
A única sombra sobre o clima de otimismo é a lesão do zagueiro Gabriel dos Santos Magalhães, de 27 anos, que saiu do jogo contra o Senegal no sábado com dor no joelho direito. A lesão, ainda sem diagnóstico definitivo, o afasta do duelo contra a Tunísia. Em sua entrevista coletiva de quinta-feira, Ancelotti foi claro: "Todos os jogadores estão bem. Infelizmente, tivemos a lesão de Gabriel. Vamos proceder com a entrada de Wesley do lado direito. Queremos repetir o mesmo jogo com a mesma qualidade." A substituição na zaga será feita por Éder Cecconelli Militão, de 26 anos, que vem sendo avaliado como opção mais segura para o centro da defesa. Já a lateral-direita, que vinha sendo ocupada por Alex Sandro em Londres, retorna às mãos de Wesley da Silva Ferreira, de 24 anos, que estava na reserva no último jogo. Paulo Henrique Chagas de Lima, o jovem de 23 anos do Vasco, foi citado como alternativa, mas ainda não entrou em campo nesta janela da FIFA.
Ambição de Ancelotti: "O potencial precisa virar realidade"
Ancelotti, que assumiu o cargo em agosto de 2025 após a saída de Dorival Júnior, tem uma missão clara: transformar o talento individual do Brasil em um time coeso, disciplinado e capaz de vencer em momentos decisivos. Em declarações à RFI, ele não escondeu a pressão: "O potencial do Brasil precisa virar realidade na Copa." E isso não é só discurso. Nos dois amistosos de novembro, o técnico italiano priorizou intensidade, pressão alta e transições rápidas — algo que não se via com tanta consistência nos últimos anos. Contra o Senegal, o Brasil teve 63% de posse, 17 finalizações (7 no alvo) e uma defesa organizada, com apenas uma chance clara concedida. A Tunísia, por sua vez, chega ao jogo com um elenco em reconstrução, após a eliminação na Copa da África em julho, e vem com um novo técnico, Jalel Kadri, que busca dar identidade ao time.
Novos nomes em observação
Além das mudanças na defesa, Ancelotti prometeu dar minutos para dois jogadores-chave no processo de formação do elenco para 2026. O atacante Victor Roque Araújo, de 20 anos, que vem impressionando no Flamengo com 12 gols em 18 jogos, terá sua primeira chance como titular em uma seleção principal. Já o meio-campista Fábio Henrique Tavares, o Fabinho, de 30 anos, que atua no Al-Ittihad, na Arábia Saudita, será testado como opção de profundidade e liderança. "Fabinho traz experiência, disciplina tática e equilíbrio. É um jogador que pode ajudar a controlar o ritmo quando precisamos" — disse Ancelotti. O treinador também mencionou o volante João Gomes, do Wolverhampton, como uma das revelações do período, embora não tenha sido convocado para este jogo.
Próximos passos: França e Croácia em março
Após este confronto, a Seleção Brasileira só voltará a jogar em março de 2026, quando enfrentará a França e a Croácia em amistosos nos Estados Unidos. Esses jogos, segundo Ancelotti, serão o verdadeiro crivo final. "Será o último teste antes da lista oficial. Queremos ver os jogadores em situações reais de pressão, em estádios grandes, com torcida. Não é só técnica: é mentalidade." A CBF já confirmou que os jogos ocorrerão entre os dias 17 e 25 de março, com locais ainda a serem divulgados — mas os rumores apontam para o MetLife Stadium, em Nova Jersey, e o AT&T Stadium, em Dallas.
Por que esse amistoso importa mais do que parece
Este jogo contra a Tunísia não é só um encerramento de ano. É o último sinal de que Ancelotti está construindo algo novo — e não apenas repetindo o que já foi feito. A ausência de jogadores como Casemiro e Thiago Silva, que se aposentaram da seleção, e a entrada de jovens como Victor Roque e a continuidade de Fabinho mostram um projeto de transição. O Brasil não quer apenas chegar à Copa do Mundo. Quer vencê-la. E para isso, precisa de equilíbrio, não só de estrelas. A Tunísia, apesar de ser um adversário de menor peso, pode ser o espelho perfeito para mostrar se o time está pronto para enfrentar rivais mais fortes. Um empate por 1 a 1 pode ser tão informativo quanto uma vitória por 4 a 0.
Contexto histórico: o Brasil e os amistosos antes das Copas
Historicamente, a seleção brasileira sempre usou amistosos como laboratório. Em 2002, antes do hexa, o Brasil jogou contra a Coreia do Sul, a França e a Inglaterra em jogos preparatórios na Europa. Em 2014, antes da Copa da casa, os jogos contra a Espanha e a Alemanha serviram para testar a formação com Fred e Neymar. Mas desta vez, a diferença é a pressão: o Brasil não vence uma Copa desde 2002. E com a expectativa de um hexacampeonato, cada detalhe conta. Ancelotti sabe disso. E por isso, mesmo com a Tunísia como adversário, o jogo em Lille será tratado como um teste de alto nível.
Frequently Asked Questions
Por que o Brasil joga na França e não no Brasil?
A CBF optou por realizar os amistosos na Europa para simular condições reais de competição: clima, fuso horário, gramados e logística. Jogar em Lille, próximo à fronteira com a Bélgica, permite que a torcida brasileira da Europa participe, além de facilitar a preparação técnica antes da Copa de 2026, que será sediada nos EUA, Canadá e México.
Quem é o novo técnico da Tunísia e qual é o estilo de jogo da equipe?
Jalel Kadri, ex-técnico do Espérance de Tunis, assumiu em outubro de 2025 após a eliminação na Copa da África. Sua proposta é um futebol mais ofensivo, com transições rápidas e uso das laterais — algo que pode testar a nova defesa do Brasil. A Tunísia vem de uma campanha frágil na África, mas tem jogadores como Youssef Msakni e Hamza Igamane, que podem surpreender.
O que Ancelotti está buscando exatamente no elenco para a Copa de 2026?
Ancelotti quer equilíbrio: jogadores com qualidade técnica, mas também resistência física e mental. Ele prioriza jogadores que não se perdem em pressão, que sabem jogar com e sem a bola. A ausência de nomes como Casemiro e a presença de Fabinho e João Gomes mostram que ele busca maturidade tática, não só talento individual.
Há risco de lesões importantes nesse amistoso?
O risco existe, mas Ancelotti já avisou que a partida será controlada. Jogadores como Vinícius Júnior e Rodrygo devem atuar por apenas 60 minutos. O foco é observar o desempenho de novos nomes, não vencer por goleada. A equipe médica da CBF está em alerta máximo, especialmente após a lesão de Gabriel Magalhães.
Quais jogadores podem ser surpresas na Copa de 2026?
Victor Roque é o principal candidato: jovem, rápido e com finalização precisa. João Gomes, do Wolverhampton, também tem potencial para ser titular no meio-campo. E se Fabinho se adaptar bem, pode ser o líder tático que falta desde a aposentadoria de Casemiro. Além disso, o goleiro Alisson ainda é titular, mas o jovem Thiago Silva (não o zagueiro) do Grêmio já está sendo observado como sucessor.
O amistoso contra a Tunísia tem algum valor histórico?
Sim. É o primeiro confronto entre Brasil e Tunísia desde 2018, quando o Brasil venceu por 2 a 0 na Rússia. Mas o valor histórico está na transição: é o primeiro jogo da nova era de Ancelotti sem Neymar como único centro de atenção. A seleção está tentando se reinventar — e esse jogo pode ser o primeiro passo de um novo ciclo.