Ciclone extratropcial traz chuvas intensas e ventos de mais de 100 km/h no Sul do Brasil
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set, 23 2025
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Preparem os guarda‑chuvas e as amarrações nos objetos externos: a previsão climática para o fim de outubro indica um cenário de chuva forte e ventos que podem ultrapassar os 100 km/h no sul do Brasil. Segundo o Climatempo, tudo começa na terça‑feira, 23 de outubro, quando a pressão atmosférica despenca no norte da Argentina, gerando uma frente fria que favorece a formação de um ciclone extratropcial.
Como se forma o ciclone extratropcial
A baixa pressão que nasce na Argentina evolui rapidamente, atingindo o estado do Rio Grande do Sul na quinta‑feira, 24 de outubro. Essa diferença brusca de temperatura entre o ar frio de origem polar e o ar quente das áreas continentais cria condições ideais para a ciclogênese. Quando o centro da depressão atinge pressão inferior a 1.000 hPa, o risco de tempestades severas aumenta, pois o ar tende a subir com mais força, gerando nuvens densas e fortes correntes de vento.
Durante o dia 24, a zona de baixa se desloca para o litoral gaúcho e, no dia seguinte, avança também em direção à costa de São Paulo. A proximidade do oceano intensifica o gradiente de pressão, o que costuma agravar a velocidade dos ventos e a intensidade das chuvas. Em regiões como Porto Alegre, Florianópolis e o litoral paulista, os meteorologistas já alertam para a possibilidade de ventos que superem os 100 km/h e rajadas ainda mais fortes em áreas expostas.

Impactos esperados na região
A combinação de frente fria, ciclone e baixa pressão gera um cenário de alto risco para tempestades com granizo, alagamentos e queda de árvores. As áreas urbanas, especialmente as que têm infraestrutura mais vulnerável, podem sofrer interrupções no fornecimento de energia e danos em linhas de transmissão. Autoridades de defesa civil dos estados gaúcho, paulistano e de países vizinhos já se preparam para ativar protocolos de emergência.
- Chuvas intensas: esperam‑se pancadas de até 80 mm nas 24‑25 horas, principalmente nas zonas costeiras e nas áreas de planície.
- Ventania: ventos de 80 a 120 km/h são prováveis nas regiões mais expostas ao mar, com risco de quebra de galhos, danos a telhados e dificuldades de mobilidade.
- Instabilidade atmosférica: a presença de linhas de instabilidade aumenta a chance de granizo de granulado grande, que pode causar danos a veículos e aeronaves.
Além do Brasil, Uruguai, Paraguai e o norte‑central da Argentina também estão na mira do evento. Nessas áreas, a preocupação maior é com a ocorrência de tornados de pequena escala e com o acúmulo de água em bacias hidrográficas que já apresentavam níveis elevados.
Os especialistas recomendam que a população fique atenta aos boletins meteorológicos, evite deslocamentos desnecessários durante as tempestades e mantenha objetos externos bem amarrados. Também é prudente ter um kit de emergência em casa, com lanternas, pilhas, alimentos não perecíveis e um plano de ação para caso as linhas de energia sejam cortadas.
Enquanto o ciclone se desloca ao longo da costa, a pressão tende a se aprofundar antes de enfraquecer novamente. Isso significa que o pico de intensidade deve ocorrer entre quarta‑feira, 23, e sexta‑feira, 25 de outubro, com a maior probabilidade de ventos de mais de 100 km/h próximo ao mar. Após esse período, espera‑se uma gradual estabilização, embora as chuvas residuais possam persistir por vários dias, principalmente nas áreas de planície que já estavam saturadas.