Copa Libertadores 2025: guia completo das quartas — horários, sedes e como assistir

Copa Libertadores 2025: guia completo das quartas — horários, sedes e como assistir

Quatro argentinos, três brasileiros e a altitude de Quito no meio do caminho. As quartas de final da Copa Libertadores 2025 começam a valer vaga e dinheiro pesado, com jogos de ida entre 16 e 18 de setembro. É aquele trecho da temporada em que detalhe decide: um gol fora de casa, um pênalti revisado no VAR, um apagão de cinco minutos. A Conmebol colocou frente a frente clubes que já se cruzaram em momentos decisivos, e o roteiro promete.

O chaveamento reúne tradição e fome de título. Da Argentina vêm River Plate, Vélez Sarsfield, Racing e Estudiantes de La Plata. Do Brasil, Palmeiras, Flamengo e São Paulo. O Equador aparece com a LDU Quito, especialista em jogar em casa quando o ar já pesa para quem não está acostumado. No bolso, a conta também pesa: quem chega ganha. Só por estar nas quartas, cada clube embolsa US$ 1,7 milhão; o salto até a taça é ainda mais agressivo.

Guia de horários e onde assistir

Quer ver tudo sem perder nada? Anota os dias, os estádios e os horários. Abaixo estão os jogos de ida com horário local e referência para quem acompanha do Brasil (BRT, UTC−3). As opções de transmissão variam por país e plataforma; a grade oficial costuma ser divulgada pela organizadora e pelos detentores de direitos nas horas que antecedem cada partida.

  • Terça, 16 de setembro — Vélez Sarsfield x Racing (José Amalfitani, Buenos Aires) — 19h local | 19h BRT. Árbitro: Wilton Sampaio (BRA). VAR: Rodolpho Toski (BRA).
  • Quarta, 17 de setembro — River Plate x Palmeiras (Monumental de Núñez, Buenos Aires) — 21h30 local | 21h30 BRT. Confronto de altíssimo risco para os dois lados.
  • Quarta, 17 de setembro — LDU Quito x São Paulo (Rodrigo Paz Delgado, Quito) — 19h local | 21h BRT. Jogo na altitude, sempre traiçoeiro para quem visita.
  • Quinta, 18 de setembro — Flamengo x Estudiantes (Maracanã, Rio de Janeiro) — 21h30 local | 21h30 BRT. Clássico continental no palco mais simbólico do torneio.

Algumas dicas úteis: quem vai acompanhar a partida de Quito precisa lembrar do fuso (duas horas a menos em relação a Brasília). No Maracanã e em Buenos Aires, os horários batem com o BRT. Se você pretende ir ao estádio, programe chegada antecipada por causa de revistas e checagem de documentos. Para transmissão em TV e streaming, confira a grade do seu país no dia do jogo, já que o pacote de jogos costuma alternar canais e plataformas por rodada.

Sobre arbitragem: a estreia das quartas já tem trio e VAR definidos para Vélez x Racing, com brasileiros no apito e na cabine. As escalas completas para os demais confrontos tendem a sair a poucos dias de cada jogo, prática padrão em fases eliminatórias.

Contexto, rivais e o que está em jogo

Vélez x Racing abre a sequência com duelo puramente argentino, daqueles em que ninguém se esconde. A vantagem do Vélez está na familiaridade com o Amalfitani, estádio acanhado, pressão de arquibancada colada no campo e gramado que acelera o jogo. O Racing compensa com elenco moldado para transições rápidas, bom no passe vertical. Em mata-mata entre compatriotas, o fator emocional pesa tanto quanto o tático: é jogo de detalhe, bola parada, erro forçado. E, se precisar, o VAR entra em cena.

River Plate x Palmeiras carrega o rótulo de jogo da rodada, e não é exagero. O Palmeiras chega com a melhor campanha da fase de grupos e um histórico recente positivo em mata-matas contra o River. É uma relação construída à base de controle emocional e solidez defensiva. O River, em casa, sobe o nível: o Monumental empurra, a equipe pressiona alto e costuma transformar bola recuperada em finalização em poucos toques. Quem matar melhor os contra-ataques tende a sair com o placar do seu lado.

Há também o aspecto psicológico. O Palmeiras sabe navegar em ambientes hostis e tem sido eficiente fora do Allianz. O River está habituado a ser protagonista no Monumental e não gosta de sair de lá com placar magro. As duas comissões técnicas tratam o primeiro jogo como metade da disputa: não é hora de se atirar sem rede, mas também não dá para voltar a São Paulo precisando de milagre.

LDU Quito x São Paulo é reedição com ferida aberta do lado brasileiro. Em 2023, os equatorianos eliminaram o São Paulo na Sul-Americana, e a memória está fresca. A LDU tem a altitude (cerca de 2.850 m) como aliada, sim, mas também construiu um jeito de jogar que sufoca no começo, acelera pelos lados e nunca desperdiça faltas laterais e escanteios. Para o São Paulo, a missão é poupar pulmão sem perder competitividade: posse consciente, ritmo controlado e, se possível, voltar com gol marcado.

Tem ainda a gestão do elenco. Em Quito, tempo de bola costuma quebrar o ritmo e o desgaste é real. Bancos participam mais cedo, e substituir na hora certa vira parte do plano de jogo, não um improviso. Sair vivo da altitude vale tanto quanto vencer: uma derrota curta mantém tudo aberto para o Morumbis na volta.

Flamengo x Estudiantes fecha a ida com peso histórico dos dois lados. O Flamengo se sente em casa no Maracanã, com volume e repertório para acelerar pelos lados e castigar no um contra um. O Estudiantes é copero por natureza: empilha anos de Libertadores no currículo e não se intimida com atmosfera adversária. Quando entra em campo, traz consigo duas armas tradicionais: organização defensiva e bola aérea venenosa. Quem ganhar mais duelos no alto e proteger melhor a área nos cruzamentos deve comandar o placar.

Em termos de preparação, o Flamengo busca impor ritmo alto desde o começo e marcar presença no campo rival. O Estudiantes tende a ajustar linhas, esfriar o jogo quando necessário e ser cirúrgico nas transições. É o tipo de confronto em que paciência e leitura de momento decidem: acelerar quando o rival baixa o bloco, respirar quando o jogo pede calma.

No caixa, as quartas de final vêm com prêmio que muda planejamento. Cada clube já garantiu US$ 1,7 milhão (cerca de R$ 9,6 milhões na cotação do anúncio). Passando para a semifinal, o valor sobe para US$ 2,3 milhões. O vice-campeão leva US$ 7 milhões, e o campeão, US$ 24 milhões (por volta de R$ 136 milhões). É dinheiro que paga folha, banca reforço e sustenta projeto. Em tempos de calendário pesado, a Libertadores virou também um motor financeiro, não só troféu na prateleira.

Quer mapear o que vem depois? Os jogos de volta acontecem entre 23 e 25 de setembro, com mandos invertidos. Assim ficou a agenda prévia: Vélez x Racing decide em Avellaneda no dia 23; River x Palmeiras fecha no Allianz Parque em 24; LDU x São Paulo termina no Morumbis em 25; Estudiantes x Flamengo também em 25, em La Plata. A ordem é daquelas que mexem no psicológico: jogar por último pode ser vantagem se você souber administrar a pressão que vem dos placares já definidos.

As semifinais estão marcadas para 22 e 29 de outubro, datas que exigem elenco profundo e perna fresca. Entre as duas partidas, a semana vira uma maratona de treino tático, recuperação e ajuste fino. A final, no dia 29 de novembro, fecha a 66ª edição da competição com peso de título que muda a biografia de um clube. Além do troféu e do dinheiro, tem o carimbo de melhor da América e a vaga nos palcos internacionais seguintes.

Para quem acompanha de casa, vale organizar a semana por fuso e rotina. Jogos na Argentina costumam começar 21h30 no horário de Brasília. Em Quito, prepare-se para ligar a TV ou o streaming às 21h de quarta. E, na quinta, o Maracanã toma a noite. Se você é do time que gosta de ver com calma, anote: quase todos os confrontos tendem a ter pré-jogo robusto e pós-jogo com lances revisados, entrevistas e análise do VAR. Em mata-mata, cada frame vira assunto.

Em campo, a fórmula do sucesso nestas quartas não muda: controle emocional, eficiência no último terço, defesa que não entrega e bola parada calibrada. Quem dominar esses quatro pontos chega maior para a volta. Quem vacilar, carrega um problema para resolver em 90 minutos que passam mais rápido do que parecem.