Defesa Civil testa alerta de emergência em 13 cidades do Centro-Oeste
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set, 29 2025
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Na tarde de 27 setembro de 2025, a Defesa Civil enviou, como parte do Teste do Sistema Defesa Civil AlertaCentro-Oeste, mensagens de alerta de emergência para celulares em Brasília, Goiânia, Campo Grande e Cuiabá, entre outras oito cidades da região. A operação foi coordenada pela Helena Ribeiro, secretária de Defesa Civil do Distrito Federal, com apoio técnico do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET).
Contexto histórico de alertas no Centro-Oeste
O Centro-Oeste brasileiro tem um histórico lembrado por autoridades: desde as enchentes de 2022 em Cuiabá até os deslizamentos de terra que abalaram Campo Grande em 2023. Na época, as mensagens eram enviadas por rádio ou televisão, o que deixava milhares em situação de vulnerabilidade. Segundo dados do INMET, entre 2018 e 2024, a região registrou 42 eventos de risco climático classificado como alto ou extremo.
Esses números fizeram a Defesa Civil repensar a estratégia de comunicação. "Precisamos de algo que chegue direto ao cidadão, sem depender de horários de programação", comentou Helena Ribeiro em entrevista coletiva no dia 25 de setembro.
Como funciona o sistema Defesa Civil Alerta
O novo Defesa Civil Alerta apóia‑se em três pilares: geolocalização do aparelho, integração com sensores de nível de rios (operados pelo INMET) e um hub de mensagens que pode disparar simultaneamente até 10 milhões de notificações. Cada celular cadastrado recebe um som de alta frequência – o mesmo usado para sirenes de tornado nos EUA – seguido de texto resumido.
- Tempo médio de entrega da mensagem: menos de 5 segundos após o gatilho.
- Taxa de entrega confirmada em testes: 98,7 % nas áreas urbanas, 93,2 % nas zonas rurais.
- Capacidade de atualização em tempo real, permitindo novos avisos caso a situação evolua.
Os moradores precisam, apenas, habilitar a opção "Alertas de Emergência" nas configurações do celular. Não há custo adicional; o serviço utiliza a infraestrutura das operadoras parceiras, que já colaboram com o governo em campanhas de saúde pública.
Reações e opiniões dos moradores
Em Goiânia, Maria Silva, 42 anos, contou que recebeu a mensagem enquanto preparava o jantar. "O som foi forte, mas eu sabia de onde vinha. Quando li o texto, fiquei mais tranquila, porque sei que a Defesa Civil realmente está de olho", declarou.
Já em Três Lagoas, o comerciante Joaquim Almeida se mostrou cético: "Já recebi mensagens falsas antes. Se for para confiar, preciso ver a eficácia em situações reais".
Especialistas em comunicação de risco apontam que o teste cumpre papel psicológico importante – demonstração de preparo gera sensação de segurança, mas também cria expectativa de respostas rápidas quando houver um evento de fato.
Impactos esperados e desafios
Se o sistema operar conforme projetado, a redução de vítimas fatais em desastres pode chegar a 30 % nos próximos dois anos, segundo estimativas da Universidade Federal de Goiás (UFG). Contudo, ainda há gargalos: áreas com cobertura de rede fraca – principalmente nas bordas do Pantanal – podem ter entregas atrasadas.
Outro ponto crítico é a alfabetização digital. O INMET está lançando tutoriais em vídeo curtos, mas o acesso à internet ainda é limitado para 12 % da população adulta da região, de acordo com o IBGE 2022.
Próximos passos e expansão nacional
Com o sucesso do teste, a Defesa Civil planeja ampliar o escopo para 27 estados até o final de 2026. A proposta inclui integração com o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (SINPDEC) e a criação de um painel de controle para prefeitos, que receberão relatórios de engajamento em tempo real.
Na próxima semana, o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR) realizará um seminário em Brasília para discutir a padronização do Defesa Civil Alerta com os estados do Sul e Nordeste, que também enfrentam eventos climáticos severos.
Perguntas Frequentes
Como os cidadãos podem ativar o alerta de emergência?
Basta entrar nas configurações de notificação do celular, localizar a seção "Alertas de Emergência" e habilitar a opção. Não é necessário baixar aplicativo adicional, pois o serviço usa as operadoras já cadastradas.
Quais tipos de riscos serão cobertos pelo sistema?
O Defesa Civil Alerta contempla enchentes, alagamentos, deslizamentos, tempestades severas e, a partir de 2026, avisos de incêndios florestais. Cada alerta traz instruções específicas de proteção e rotas de evacuação, quando necessário.
Qual a precisão da geolocalização usada nas mensagens?
A tecnologia combina dados de GPS, torres de celular e Wi‑Fi, oferecendo precisão de até 30 metros nas áreas urbanas. Nas zonas rurais, a margem de erro pode chegar a 100 metros, mas ainda assim garante que o alerta chegue à região de risco.
O que acontece se o celular estiver desligado?
Se o aparelho estiver apagado, a mensagem fica armazenada nos servidores da operadora e será entregue assim que o celular for ligado novamente, desde que ainda esteja dentro da área de cobertura do alerta.
Existe risco de uso indevido desse canal para informações falsas?
A Defesa Civil implementou autenticação criptografada entre o hub de mensagens e as operadoras, dificultando a inserção de conteúdo adulterado. Além disso, cada mensagem traz o selo oficial da Defesa Civil, que pode ser verificado no site do Defesa Civil Alerta.
valdinei ferreira
setembro 29, 2025 AT 01:20É gratificante observar a iniciativa da Defesa Civil, sobretudo considerando o histórico de vulnerabilidade na região; a adoção de alertas instantâneos demonstra um compromisso sólido com a segurança pública, e isso merece reconhecimento. A integração com o INMET, aliada ao uso de geolocalização precisa, cria um mecanismo robusto, capaz de salvar inúmeras vidas. Ademais, a taxa de entrega superior a noventa e oito por cento nas áreas urbanas reflete um planejamento tecnológico avançado, e evidencia a eficácia dos procedimentos adotados. Vale ainda salientar que a participação dos cidadãos, ao habilitarem a opção de alertas, fortalece a rede de proteção coletiva; assim, cada ato de colaboração se traduz em maior resiliência social. Por fim, espera‑se que a expansão deste sistema, prevista para os próximos anos, sirva de modelo para outras regiões do país, instalando uma cultura de prevenção permanente.