Disney lança serviço standalone da ESPN para agosto de 2025 com mais de 20 mil eventos ao vivo
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nov, 22 2025
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Em uma movimentação que pode redefinir o futuro do esporte em streaming, a The Walt Disney Company anunciou, em 15 de novembro de 2024, o lançamento de um serviço independente da ESPN para agosto de 2025 — com preço de US$ 29,99 por mês nos Estados Unidos e mais de 20 mil eventos esportivos ao vivo por ano. O que parecia uma simples expansão do ESPN+ é, na verdade, um golpe estratégico contra a queda das assinaturas de TV por assinatura. E não é só nos EUA: a empresa também está preparando a chegada da ESPN à Ásia, integrada ao Disney+, com planos de se tornar o principal destino esportivo da região.
Um novo capítulo para a ESPN
Bob Iger, CEO da The Walt Disney Company, não escondeu a ambição: "Esportes continuam sendo um dos maiores motores de engajamento ao vivo, e a ESPN é a marca número um no esporte." O novo serviço não será apenas um repositório de partidas. Ele promete recursos interativos: estatísticas em tempo real, integração com apostas esportivas, rastreamento de times de fantasy e a capacidade de assistir a até quatro jogos simultaneamente. Tudo isso embalado por documentários exclusivos, programas originais e o vasto acervo histórico da ESPN — algo que nenhuma outra plataforma de streaming oferece hoje.
John Lasker, vice-presidente sênior do ESPN+, foi ainda mais emocional: "Nada se compara ao esporte ao vivo. Ele é contação de histórias acontecendo na frente dos seus olhos. É comunidade. É memória que passa de geração para geração." E ele tem razão. Enquanto séries e filmes podem ser adiados, um jogo decisivo da NFL ou uma final da NBA não espera ninguém. É por isso que a ESPN, mesmo em tempos de desinteresse por TV paga, ainda detém poder de fogo inigualável.
"ESPN on Disney+" já começou — e já tem 5 mil eventos
Enquanto o serviço independente é finalizado, a Disney já deu o primeiro passo. A partir de 15 de novembro de 2024, assinantes do pacote combinado de Disney+, Hulu e ESPN+ passaram a ter acesso direto ao conteúdo do ESPN+ dentro do app do Disney+. É como colocar um cherry on top — como disse Alisa Bowen, presidente do Disney+. Nos primeiros 90 dias, o pacote já oferece 5 mil eventos ao vivo: NFL, NBA, NHL, basquete universitário e até o Aberto da Austrália de tênis. Um número impressionante, mas que é só o começo.
Atualmente, o ESPN+ já transmite mais de 30 mil eventos por ano — incluindo MLB, WNBA, tênis e golfe. O novo serviço, porém, vai além: será uma plataforma dedicada, sem complicações, com interface otimizada para fãs de esporte. Não será mais um "extra" dentro de outro app. Será o destino principal. E isso muda tudo.
Expansão pela Ásia: um desafio maior do que parece
Enquanto os EUA são o berço da ESPN, a Ásia é o terreno mais difícil. Em 30 de outubro de 2024, durante o APAC Content ShowcaseHong Kong Disneyland Resort, Luke Kang, presidente da Disney na Ásia-Pacífico, confirmou que a empresa está estudando como integrar a ESPN ao Disney+ na região. Mas não será cópia. "Nossa meta é tornar a ESPN um destino premium de esportes", disse Kang. "Precisamos entender quais direitos são relevantes aqui. Críquete, badminton, futebol asiático — isso tudo vai fazer parte."
A ESPN é praticamente desconhecida na maioria dos países asiáticos. Enquanto nos EUA ela é sinônimo de esporte, na Índia, por exemplo, a Sony Sports ou JioCinema dominam o mercado. Na China, o acesso a conteúdos ocidentais é restrito. A Disney terá que negociar direitos regionais, construir parcerias locais e, talvez, até criar conteúdo original em línguas asiáticas. É um projeto de longo prazo — mas essencial. Enquanto Netflix e Amazon Prime Video investem pesado em esportes ao vivo para reter assinantes, a Disney não pode ficar para trás.
Por que isso importa para você
Se você é fã de esporte, essa mudança é um sinal claro: o futuro do esporte em casa está no streaming. A era das assinaturas de TV por cabo está chegando ao fim — e a Disney está apostando tudo nisso. O novo serviço da ESPN, com preço competitivo, pode forçar outras plataformas a reduzirem tarifas ou melhorarem seus pacotes. Para quem paga por ESPN+ hoje, o novo serviço será um upgrade natural. Para quem ainda não assina, será um momento de decisão: vale a pena pagar US$ 30 por mês por acesso a NFL, NBA, UFC e F1? A resposta, para muitos, já é sim.
Além disso, a estratégia da Disney é inteligente: ela não está abandonando o ESPN+ — está evoluindo. O serviço atual continuará existindo como um produto mais acessível, enquanto o novo streaming será o premium. É um modelo de dois níveis, como a Netflix fez com seus planos. E com 20 mil eventos por ano, a ESPN está se tornando o maior catálogo esportivo do mundo — e não apenas em número, mas em qualidade.
O que vem a seguir
Até agosto de 2025, a Disney terá que resolver alguns desafios: garantir que a infraestrutura de streaming suporte o volume de transmissões simultâneas, negociar direitos adicionais para a Ásia e convencer os parceiros de mídia (como a NFL e a NBA) de que o novo modelo não prejudica seus acordos com a TV tradicional. Ainda há incertezas. Mas uma coisa é certa: a ESPN, que sobreviveu a décadas de mudanças, está prestes a entrar em sua fase mais ambiciosa.
Frequently Asked Questions
Como o novo serviço da ESPN se compara ao ESPN+ atual?
O novo serviço será uma plataforma independente, com interface otimizada exclusivamente para esportes, enquanto o ESPN+ continuará como um produto mais básico, integrado ao pacote Disney+. O novo serviço terá mais recursos interativos, como multi-jogos e integração com apostas, além de um catálogo maior — 20 mil eventos anuais contra os 30 mil atuais, mas com foco em eventos de alto impacto como NFL, NBA e F1.
Por que a Disney está lançando um serviço separado em vez de só expandir o ESPN+?
Porque o ESPN+ foi criado como um complemento, e sua marca ainda carrega a imagem de um produto secundário. O novo serviço tem como objetivo ser o principal destino de esportes da Disney — um produto premium com identidade própria, capaz de atrair assinantes que não querem pagar por pacotes de entretenimento. É uma estratégia de posicionamento de marca, não só de conteúdo.
A ESPN vai chegar ao Brasil? E quando?
Ainda não há data oficial, mas a integração da ESPN no Disney+ já ocorreu na América Latina em 2024. O Brasil é o maior mercado da região, e a expectativa é que o novo serviço standalone chegue aqui em 2026, após a consolidação nos EUA e na Ásia. Direitos de futebol brasileiro e da Copa Libertadores serão essenciais para o sucesso.
O que a Disney vai fazer com os canais de TV da ESPN?
Os canais de TV continuarão operando, mas com foco crescente em conteúdo exclusivo e retransmissões de eventos que não cabem no streaming. A estratégia é manter o público de TV por assinatura enquanto migra os novos assinantes para o digital. Não é um fim, mas uma transição — e a ESPN será o braço digital dessa transição.
Por que a Ásia é tão difícil para a ESPN?
Na Ásia, o esporte é dominado por ligas locais e plataformas regionais. Críquete na Índia, badminton na Indonésia, futebol asiático na Coreia e Japão — tudo isso é mais relevante que NFL ou NBA. A ESPN precisa reconstruir sua identidade, não apenas importar conteúdo americano. Isso exige negociações complexas, produção local e tempo — algo que a Disney está disposta a investir, mas que não acontecerá da noite para o dia.
O preço de US$ 29,99 é competitivo?
Sim. O FuboTV custa US$ 75 por mês com mais canais, e o NFL Sunday Ticket já sai por US$ 99. O novo serviço da ESPN oferece mais de 20 mil eventos por ano por menos da metade disso. Em termos de valor por evento, é uma das ofertas mais baratas do mercado — especialmente para quem quer apenas esportes, sem pacotes de entretenimento.