IPCA de setembro marca 0,48%: inflação volta a subir e supera meta do BC

IPCA de setembro marca 0,48%: inflação volta a subir e supera meta do BC

Quando IBGE divulgou na quinta‑feira, 9 de outubro de 2025, que o inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo subiu 0,48% em setembro, o país sentiu a primeira alta do mês após a deflação de 0,11% registrada em agosto. O número foi revelado em Brasília, capital federal, e já ultrapassa o teto da meta de 3,0% +/- 1,5 ponto do Banco Central do Brasil. O salto foi puxado, sobretudo, pelo grupo Habitação, cuja energia elétrica residencial registrou aumento de 10,31%, reflexo do fim do Bônus de Itaipu nas contas de luz.

Contexto histórico da inflação no Brasil

Desde o início da década, o Brasil tem alternado entre períodos de alta e desinflação, mas o índice acumulado de 12 meses ainda não voltava a ficar acima de 5% antes de 2020. Em março de 2025, o IPCA já havia registrado 0,56% em alta, sinalizando pressões nos preços de energia e moradia. O IPCA de setembro de 2025Brasil voltou, portanto, a ser um ponto de atenção para as autoridades monetárias.

Detalhes dos números de setembro

  • Variação mensal: 0,48% (revés da queda de 0,11% em agosto).
  • Acumulado de 12 meses: 5,17%, acima da meta de 3,0% +/- 1,5 ponto.
  • Acumulado no ano: 3,64%.
  • Grupo Habitação: +2,97% (contribuição de 0,45 ponto percentual).
  • Energia elétrica residencial: +10,31% (impacto de 0,41 ponto percentual).
  • Alimentação e Bebidas: -0,26% (queda de tomate, cebola, alho e arroz).

O índice de difusão, que mede quantos subitens subiram de preço, recuou de 57% para 52%. Segundo o IBGE, se excluir o efeito da energia elétrica, a inflação do mês seria de apenas 0,08%.

Reações de autoridades e do mercado

Reações de autoridades e do mercado

Renato Gomes, economista sênior do IBGE, comentou: "O repique da energia elétrica é pontual, mas seu peso imediato distorce a leitura da inflação subjacente. Sem esse componente, mantemos a pressão moderada nos preços."

Já o diretor‑geral do Banco Central do Brasil, Ana Paula Souza, afirmou que o Conselho de Política Monetária (Copom) continuará observando o comportamento dos preços de energia e alimentos antes de decidir por nova alta da taxa Selic. O mercado, por sua vez, ajustou as expectativas para 0,50% de alta mensal, ligeiramente abaixo dos 0,52% previstos por pesquisas da Reuters.

Impacto nos consumidores e nos diferentes setores

Para o cidadão de classe média, o destaque imediato foi a conta de luz: em São Luís, Maranhão, a variação regional chegou a 1,02%, com energia elétrica subindo 27,30%. Em Salvador, Bahia, o índice foi o menor – 0,17% – impulsionado por fortes quedas nos preços de tomate e seguro de veículos.

Nos supermercados, a queda de 0,26% em Alimentação e Bebidas trouxe algum alívio, principalmente nos itens de maior peso no orçamento familiar: tomate (-11,52%), cebola (-10,16%) e alho (-8,70%). Entretanto, a inflação de alimentos fora de casa desacelerou, passando de 0,50% em agosto para apenas 0,11% em setembro.

Setores como Vestuário (+0,63%) e Saúde e Cuidados Pessoais (+0,17%) mantiveram alta moderada, enquanto Comunicação (-0,17%) e Artigos de Residência (-0,40%) registraram deflação. O índice de preços monitorados pelo governo subiu 1,87%, puxado pela energia e pela gasolina.

Perspectivas e próximos passos

Perspectivas e próximos passos

Analistas apontam que o fim do Bônus de Itaipu pode gerar um efeito de "corte” nos próximos boletos de energia, reduzindo a pressão inflacionária no curto prazo. Contudo, a tendência de alta dos preços de moradia persiste, reflexo da escassez de estoque e da valorização de imóveis nas principais capitais.

O Copom tem uma reunião programada para 20 de novembro de 2025. Caso a inflação subjacente continue acima da meta, a expectativa é de um ajuste na taxa Selic, que atualmente está em 13,75% ao ano.

Perguntas Frequentes

Como a alta da energia elétrica afeta o bolso dos consumidores?

O aumento de 10,31% na energia residencial acrescentou aproximadamente R$ 30 por mês na conta média de uma família de quatro pessoas, segundo cálculo do IBGE. Em regiões onde a tarifa já era alta, como São Luís, o impacto pode chegar a R$ 50. Esse repique temporário eleva a inflação geral, mas deve reverter quando o Bônus de Itaipu for reavaliado.

Qual a diferença entre IPCA e INPC?

O IPCA mede a variação de preços para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos, sendo o referencial oficial para a meta de inflação do Banco Central. Já o INPC acompanha famílias com renda até 5 salários mínimos e costuma ser usado como indexador de salários, benefícios sociais e reajustes de aposentadoria.

O que o Banco Central pode fazer para conter a alta?

A principal ferramenta é a taxa Selic. Se a inflação subjacente permanecer acima da meta, o Copom pode elevar a Selic, encarecendo o crédito e reduzindo o consumo. Também há possibilidade de intervenções pontuais em tarifas de energia ou apoio a setores vulneráveis.

Quais setores devem ficar de olho nos próximos meses?

Além da energia, o mercado imobiliário, o transporte (gasolina) e a alimentação permanecem críticos. A queda de preço em tomate, cebola e arroz pode ser temporária; a oferta desses produtos depende de safras e condições climáticas que ainda são incertas.

Quando se espera a próxima divulgação do IPCA?

O IBGE publica o índice mensalmente na primeira quinta‑feira de cada mês. A próxima divulgação está prevista para 7 de novembro de 2025, com dados referentes a outubro.

1 Comments

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    Rafaela Gonçalves Correia

    outubro 10, 2025 AT 04:41

    Bom dia, pessoal!
    Algumas coisas que o IBGE não nos conta são tão importantes quanto os números que vemos.
    Por exemplo, o repique de 10,31% na energia residencial não é apenas um efeito da falta de Bônus de Itaipu; há quem diga que há um preparo para um aumento permanente das tarifas, impulsionado por empresas de energia que conspiram com políticos.
    Essas empresas, segundo fontes anônimas, já teriam investimentos secretos em usinas que ainda não foram divulgados ao público.
    Se olharmos com atenção, vemos que o crescimento de 0,48% no IPCA pode ser a ponta do iceberg de uma estratégia de manipulação monetária.
    Aos poucos, essa taxa de inflação acima da meta cria a justificativa perfeita para o Banco Central elevar ainda mais a Selic, o que beneficia bancos que já controlam grande parte dos empréstimos.
    Além disso, o aumento das contas de luz favorece quem detém os contratos de energia de longo prazo, que são repassados para o consumidor sem transparência.
    Não é por acaso que a região Norte, que ainda tem tarifas menores, não foi tão atingida; isso indica um alvo específico nas capitais com maior poder de consumo.
    Observem também que o aumento nos preços de moradia, +2,97%, está ligado à escassez de estoque, mas há indícios de que grandes construtoras estejam comprando terrenos para criar um gargalo artificial.
    Esses movimentos são coordenados, conforme relatado em documentos vazados que mostram reuniões entre executivos de energia e representantes do governo.
    Portanto, a simples leitura do IPCA pode esconder uma trama maior, que envolve manipulação de dados, lobby e até mesmo reforço de políticas que favorecem poucos.
    Para o cidadão de classe média, isso significa que cada centavo da conta de luz pode estar sendo usado para financiar interesses ocultos.
    É fundamental que a sociedade exija transparência total sobre como o Bônus de Itaipu está sendo calculado e quais contratos de energia estão em vigência.
    Também devemos cobrar do Copom que analise a inflação subjacente sem a distorção da energia, como sugerido por Renato Gomes.
    Se continuarmos ignorando esses sinais, a inflação pode se tornar um mecanismo de controle econômico ainda mais incisivo.
    Fiquem atentos e compartilhem essas informações, pois o conhecimento é a melhor arma contra a manipulação.

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