Jon Jones anuncia aposentadoria, volta atrás e mira luta na Casa Branca
-
out, 6 2025
-
1 Comentários

Quando Jon Jones, o lendário lutador de MMA anunciou que deixaria o octógono, o mundo das artes marciais ficou em silêncio por poucos segundos antes de explodir em dúvidas e protestos. O anúncio foi feito pelo Dana White, CEO do UFC, durante a coletiva de imprensa do UFC BakuBaku, Azerbaijão. "Jon ligou na noite de sexta‑feira e disse que estava se aposentando", declarou White, acrescentando que Tom Aspinall seria então reconhecido como campeão indiscutível dos pesos pesados.
Contexto: a jornada de um "Greatest of All Time"
Com 28 vitórias e apenas uma derrota, Jones transcendeu o próprio esporte. Primeiro dominou a divisão meio‑pesado – onde acumulou 14 vitórias consecutivas – e, em 2023, decidiu subir ao peso pesado, conquistando o cinturão vago ao bater Ciryl Gane por decisão unânime. A partir daí, defendeu o título uma única vez, nocauteando Stipe Miocic no UFC 309, antes de se envolver em uma crescente controvérsia sobre seu futuro.
O que torna a aposentadoria abrupta ainda mais surpreendente é o fato de que, nos meses que antecederam o anúncio, Jones já havia mencionado, em entrevistas, que ainda sentia “fome” de lutar. A mudança de rumo gera comparações com outras lendas que se aposentaram, voltaram e depois penduraram o luvas definitivamente – como Georges St‑Pierre.
O anúncio de aposentadoria e a reação imediata
Na tarde de 21 de junho, enquanto a imprensa ainda digeria a notícia, as redes sociais explodiram. Uma petição online exigindo que o cinturão fosse retirado de Jones chegou a quase 200 mil assinaturas em menos de 24 horas. Comentadores esportivos acusaram o atleta de fugir de uma luta de unificação contra Aspinall, que prometia ser "uma das maiores da história do peso pesado".
"Ele está literalmente tentando proteger seu legado ao não enfrentar um adversário à altura", escreveu Ariel Helwani, jornalista do MMA, em seu Twitter. "É quase uma insensatez se aposentar e, três dias depois, mudar de ideia."
Do lado da organização, White garantiu que o UFC já estava trabalhando com Aspinall para definir a primeira defesa do título já na semana seguinte.
Reviravolta nos MTV VMAs: o retorno inesperado
Três dias depois, em 24 de junho, Jones subiu ao tapete vermelho dos MTV Video Music Awards 2025Los Angeles, EUA. Entre flashes de câmera e apresentação de Bailey Zimmerman, o lutador disse, com sorriso amplo: "Hoje à noite eu apresentei a melhor música country. Amanhã à noite? Eu pretendo estar no card da Casa Branca".
Ele explicou que a decisão foi motivada por um desejo de “entreter os militares e o país” e de entrar para a história como o primeiro a lutar em MMA dentro da Casa Branca. "Não conheço nenhum outro evento de MMA aqui dentro, só ouvi falar de uma luta de boxe há décadas", acrescentou.
A declaração trouxe à tona rumores de que uma oferta de US$ 30 milhões para a luta contra Aspinall teria sido rejeitada. Helwani, ao comentar, descreveu a situação como "insanidade de se aposentar e então, três dias depois, dizer: ‘Espere, quero lutar na Casa Branca’".

Respostas do UFC e dos analistas
White respondeu ao revés durante a coletiva de imprensa de 27 de junho, dizendo que o UFC ainda “respeita a decisão pessoal de Jon”. No entanto, acrescentou que “as portas continuam abertas, e qualquer mudança de planos será avaliada com transparência”.
Especialistas de negócios esportivos, como Mike Kogan, analista da ESPN, observaram que a ideia de um combate no Salão Oval poderia gerar receitas publicitárias superiores a US$ 100 milhões, ao combinar audiências globais do MMA, do entretenimento musical e da política americana.
Por outro lado, críticos argumentam que a “casa do presidente” não é um local apropriado para um esporte de contato violento. O Departamento de Segurança Nacional, citado anonimamente, teria solicitado avaliações detalhadas de risco antes de aprovar qualquer evento.
Impactos para a divisão peso pesado
Com a aposentadoria “oficial” de Jones — ainda que em suspenso — Aspinall permanece como campeão indiscutível, mas seu próximo adversário ainda não está definido. Se a luta na Casa Branca se concretizar, pode envolver Aspinall como o representante da divisão ou, alternativamente, levar a UFC a lançar um torneio de pesos pesados para preencher o vazio.
Alguns promotores já especulam que o combate poderia ser marcado no Memorial Day de 2026, aproveitando a atmosfera patriótica e a atenção internacional que o evento atrairia. A data ainda precisaria ser confirmada, mas a simples possibilidade já está movimentando o mercado de ingressos, com preços de revenda disparando para até US$ 2.500 por assento.

Próximos passos e o que esperar
Durante o tapete vermelho dos ESPY Awards 2025Beverly Hills, CA, Jones detalhou que a preparação para um combate na Casa Branca seria “difícil e dolorosa”, mas que ele está acostumado a superar lesões para ganhar títulos.
Ele ainda não confirmou a data nem o peso da disputa, mas sugeriu que poderia acontecer "no próximo ano" – o que prenuncia um calendário muito apertado, considerando que ele já tem 37 anos e não competiu oficialmente desde novembro de 2024.
Enquanto isso, o UFC mantém silêncio estratégico, deixando os fãs, patrocinadores e autoridades americanas na expectativa. Se o plano de Jones se concretizar, será não apenas um marco esportivo, mas também um fenômeno cultural que pode redefinir a relação entre esporte, política e entretenimento nos EUA.
FAQ
Por que Jon Jones mudou de ideia tão rapidamente?
Jones explicou que a decisão foi motivada por um desejo de "entreter os militares e fazer história" lutando na Casa Branca. Ele também sugeriu arrependimento ao recusar uma oferta de US$ 30 milhões para enfrentar Tom Aspinall.
Qual o impacto da possível luta na Casa Branca para o UFC?
Um evento no Salão Oval poderia gerar receitas publicitárias acima de US$ 100 milhões, atrair audiência global e abrir novas oportunidades de patrocínio, mas também exige aprovação de autoridades de segurança e pode gerar controvérsias políticas.
Tom Aspinall continuará como campeão peso pesado?
Sim, enquanto a situação de Jones permanece incerta, Aspinall mantém o título indiscutível. O UFC ainda não confirmou um próximo desafiante oficial.
Quais são as principais críticas ao plano de luta na Casa Branca?
Críticos apontam que um esporte de combate violento pode ser inadequado para um símbolo nacional como a Casa Branca, além de levantar questões de segurança e de uso da infraestrutura presidencial para fins comerciais.
Quando poderia acontecer o combate?
Jones sugeriu que o evento poderia ocorrer "no próximo ano", possivelmente em torno do Memorial Day de 2026, mas a data ainda depende de acordos logísticos e autorizações governamentais.
Ariadne Pereira Alves
outubro 6, 2025 AT 00:41A aposentadoria e o retorno de Jon Jones geram muita discussão; vale analisar o histórico de retornos de lutadores lendários, como GSP, e o impacto nas negociações de mercado; também é importante considerar o aspecto logístico de um evento na Casa Branca, que envolve autorizações de segurança, infraestrutura e possíveis repercussões políticas. O fato de Jones mencionar o desejo de “entreter os militares” indica uma estratégia de branding que pode atrair patrocinadores interessados em associar suas marcas a símbolos patrióticos. Além disso, a oferta de US$30 milhões, se confirmada, refletiria um patamar de remuneração semelhante ao de grandes eventos de boxe. Para os fãs, a promessa de um combate no Salão Oval é excitante, porém, é preciso avaliar se a idade avançada do atleta e seu histórico de lesões podem comprometer a qualidade do espetáculo.