Vocalistas de 'KPop Demon Hunters' citam Kendrick Lamar como inspiração

Vocalistas de 'KPop Demon Hunters' citam Kendrick Lamar como inspiração

Quando EJAE, cantor e compositor coreano‑americano revelou que o flow de Kendrick Lamar, rapper e produtor mudou sua forma de escrever para o filme KPop Demon HuntersLos Gatos, a conversa virou manchete nos bastidores de Hollywood.

Os três vocais‑principal — Rei Ami, rapper e cantora coreano‑americana de Nova Iorque, e Audrey Nuna, cantora baseada em Seul — esclareceram, em entrevistas realizadas nos dias 5 e 6 de outubro de 2025, que, embora a maior parte da inspiração venha de ícones do K‑pop, o hip‑hop da costa oeste dos EUA tem sido um divisor de águas para a sonoridade da trilha.

Contexto da produção e da trilha sonora

Dirigido por Maggie Kang, diretora de cinema e Chris Appelhans, diretor e animador, KPop Demon Hunters nasceu dentro da Sony Pictures Animation e encontrou seu lar na Netflix. A parceria desafiou o tradicional modelo de distribuição: o filme estreou nos cinemas norte‑americanos antes de chegar ao streaming, algo raro para uma produção da Netflix.

  • Estréia nos cinemas: 23‑24 de agosto de 2025
  • Streams globais até 31‑ago‑2025: 3 bilhões
  • Single "Golden" chegou ao nº 1 da Billboard Hot 100 (24‑ago‑2025)
  • Receita de bilheteria norte‑americana: US$ 42,7 milhões
  • Premiações previstas: 97ª cerimônia do Oscar e 68ª Grammy

Influências do hip‑hop americano na música do filme

Rei Ami contou que foi no ensino médio que descobriu o rap da costa oeste, dizendo: “Aprendi muito sobre storytelling, lyricism e rhythm.” O comentário foi feito na sede da Netflix em Los Gatos, Califórnia. Já EJAE acrescentou que a cadência de Kendrick “é insana”, e que estudou a produção vocal do artista para adaptar ao universo K‑pop do filme.

Além de Kendrick, os cantores citaram Missy Elliott e Doechii como referências para a parte mais experimental da trilha. O resultado: um híbrido que pulsa entre sintetizadores coreanos e batidas trap, criando um “soundtrack‑crossover” que escapou das listas de gêneros tradicionais.

Desempenho comercial e recorde de streaming

Desempenho comercial e recorde de streaming

Os números são impressionantes. Até 31 de agosto de 2025, o álbum de KPop Demon Hunters registrou 1,85 bilhão de streams de áudio on‑demand, 950 milhões de streams de vídeo, 350 mil downloads digitais e 150 mil cópias físicas vendidas. Em outras palavras, mesmo nos mercados que ainda preferem mídia física, o disco bateu recordes de vendas.

A edição "Sing‑Along" chegou ao topo da bilheteria nos EUA e Canadá no fim de semana de 23‑24 de agosto, algo quase impossível para um título da Netflix, que nunca havia sido exibido em mais de 3 mil salas simultâneas.

Repercussão nos prêmios e perspectivas de sequência

Na coletiva de imprensa de 7 de outubro, Maggie Kang declarou que a indicação ao Oscar já era “uma honra” e que a Academia havia sinalizado elegibilidade para a categoria de Melhor Trilha Sonora Original. Chris Appelhans, por sua vez, enfatizou que ainda não há uma decisão final sobre uma sequência, mas que a “agenda está cheia” e que o futuro será decidido “dia a dia”.

Os “buzz” de premiação incluem também a possibilidade de Grammy para Álbum do Ano, algo que, se acontecer, pode abrir portas para mais colaborações entre artistas de K‑pop e músicos de hip‑hop norte‑americanos.

Análise do impacto cultural

Análise do impacto cultural

O que torna tudo isso relevante não é só o faturamento. O filme mostrou que o K‑pop pode servir de ponte cultural, trazendo ao público ocidental uma batida familiar ao mesmo tempo em que incorpora a narrativa crua do rap americano. Esse crossover poderia remodelar como estúdios pensam em trilhas sonoras, colocando produtores de hip‑hop no centro das composições de grandes lançamentos de animação.

Especialistas em mídia apontam que o sucesso da trilha pode inspirar outras produtoras a apostar em colaborações transcontinentais, algo que pode mudar o panorama musical nos próximos anos.

Perguntas Frequentes

Como a influência de Kendrick Lamar se refletiu nas músicas do filme?

Os vocais adotaram a cadência rápida e a estrutura de verso‑refrão típica de Kendrick, além de usar storytelling mais introspectivo, algo pouco comum em trilhas de animação até então.

Quais foram os resultados comerciais da edição "Sing‑Along"?

A bilheteria norte‑americana arrecadou US$ 42,7 milhões em 3.200 salas, tornando‑se a estreia mais lucrativa de um título Netflix até hoje.

O filme já está elegível ao Oscar?

Sim. A Academia informou que a trilha sonora cumpre todos os requisitos para concorrer à categoria de Melhor Trilha Sonora Original nas premiações de 2026.

Qual a projeção para uma sequência?

Diretores Maggie Kang e Chris Appelhans afirmam que a decisão dependerá da recepção do público e dos resultados nas premiações, com previsão de anúncio até o final de março de 2026.

Por que o sucesso da trilha pode mudar a indústria?

Ao provar que a fusão entre K‑pop e hip‑hop americano atrai audiências globais, estúdios podem investir mais em colaborações internacionais, ampliando o alcance de futuras produções cinematográficas.

1 Comments

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    Ryane Santos

    outubro 9, 2025 AT 01:08

    É perfeitamente compreensível que a indústria cinematográfica esteja agora obcecada por fusões improváveis como a de K‑pop e hip‑hop, pois isso serve como distração conveniente para esconder a estagnação criativa que dominou o mainstream nos últimos anos. A referência a Kendrick Lamar não é nada mais que um truque de marketing, uma tentativa de legitimar o produto ao invocar um nome reconhecido mundialmente. Entretanto, ao analisar mais a fundo, percebe‑se que a cadência de Kendrick é copiada de forma superficial, sem o devido respeito ao contexto cultural que o próprio artista desenvolveu. A trilha sonora, portanto, apresenta um simulacro de autenticidade, mas falha em captar a essência do storytelling que caracteriza o rap da costa oeste. Além disso, o fato de que o filme foi lançado nos cinemas antes de chegar ao streaming indica uma estratégia de maximizar receita, evidenciando que o aspecto artístico foi secundário. Os números de bilheteria e streaming são impressionantes, mas são apenas indicadores de consumo massivo, não de qualidade. A crítica especializada ainda não pronunciou um veredicto definitivo, embora alguns críticos apontem que a integração dos gêneros pode ser vista como uma forma de diluição da identidade cultural de ambos os lados. O fato de que o álbum atingiu 1,85 bilhão de streams demonstra o poder de mercado do híbrido, mas também levanta questões sobre a homogeneização da música global. A indicação ao Oscar e a possibilidade de Grammy reforçam a narrativa de que a fusão foi bem‑recebida pela elite das premiações, porém isso pode ser mais um reflexo de tendências de consumo do que de mérito artístico genuíno. Enquanto isso, os produtores de hip‑hop entram cada vez mais nas salas de composição de animações, o que pode sinalizar um futuro onde a música de filme será cada vez menos distinta das produções populares. Em síntese, o sucesso comercial não invalida as críticas estruturais que podem ser feitas à obra; ele apenas evidencia a complexa relação entre arte e comércio em um cenário de globalização cultural.

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